sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Notícia - BR Malls adquire 70% de controladora; setor cresce 8% no primeiro semestre

DCI
10.08.2011
A BR Malls comprou 70% do capital da Alvear, controladora de shoppingcenters que detém participações em estabelecimentos da Região Sul do País. Com a aquisição, a companhia expande os negócios para os centros de compra Catuaí Shopping Londrina e Catuaí Shopping Maringá, além de ingressar nos projetos de construção do Shopping Londrina Norte e do Catuaí Shopping Cascavel, todos localizados no Estado do Paraná.
Os dois shopping centers já existentes custaram R$ 510,5 milhões à BR Malls, que também investiu R$ 262,3 milhões nas outras duas empreitadas. Outro desembolso da companhia se deve à aquisição de um banco de terrenos com potencial para a construção de 722 mil metros quadrados, o que custou mais R$ 18,9 milhões à administradora.
Do total empenhado na negociação, R$ 334,3 milhões serão pagos à vista, e R$ 329 milhões, em três parcelas anuais. "Os 128,4 milhões de reais remanescentes serão distribuídos conforme o cronograma físico-financeiro das obras", explicou a companhia, em nota divulgada ontem.
Com a inclusão dos quatro shoppings no seu portfolio, a BR Malls passa a contar com 43 empreendimentos no Brasil, acrescentando R$ 95 milhões ao próprio resultado operacional líquido (NOI, na sigla em inglês). A Área Bruta Locável (ABL) da companhia cresce 9,4%, chegando a 737,8mil m2.
Recorde
A expansão da BR Malls remete a uma pesquisa divulgada ontem pela Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop). O estudo mostra que a atividade comercial nos centros de compras cresceu 8% no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2010, quando o mercado já comemorava excelentes resultados. "Não é uma grande surpresa, se levarmos em conta o constante avanço apresentado pela indústria de centros de compras nos últimos meses", afirmou o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun. Para o segundo semestre, a expectativa de alta das vendas é ainda maior, considerando-se a incidência de datas importantes para o varejo, como Natal, Dia dos Pais e Dia da Criança. "O crescimento da atividade comercial leva as empresas do setor a fazer constantes investimentos em novos pontos de venda, o que desencadeia geração de empregos, vendas ainda maiores, e um varejo ativo", comentou Sahyoun.

Notícia - A nova cidade do petróleo

Especial Itaboraí
10.08.2011

O início dos trabalhos para a implantação da sede do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj) no município, no fim do ano passado, deu a largada para expansão habitacional, econômica e imobiliária tão intensa, que é como se a cidade estivesse nascendo outra vez. A expectativa da prefeitura é de que salte dos atuais 218 mil moradores, segundo o IBGE, para 600 mil (175%), em dez anos. Novas necessidades e a oferta de recursos financeiros provocam onda de investimentos em saneamento, infraestrutura e meio ambiente, incrementam serviços públicos, aumentam o trânsito de automóveis, fazem subir edifícios residenciais e comerciais. É outra cidade que começa a ser construída.

"Há mais ou menos três anos, surgiu a notícia de que a Petrobras teria escolhido o município para uma refinaria", lembra o prefeito Sérgio Alberto Soares.
"Começava a mudar a história de Itaboraí, Esperamos, agora, que haja receita para suportar esse crescimento. Precisamos de grande parceria entre Estado e União", destaca.
Foram 450 registros de novas empresas na cidade em 2010. Até dezembro, devem ser mais 600: prestadores de serviços, lojas de material de construção, empresas de transporte e logística, de construção civil. Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, Adelmo Santos, a prefeitura criou comissão para definir formas de "flexibilizar" a instalação das empresas - por exemplo, simplificando a concessão de "habite-se". E o código tributário municipal já assegura a todos os empreendimentos a redução de 5% para 2% no ISS durante os 12 primeiros meses de funcionamento.
"De um ano para cá, Itaboraí vive crescimento incomum e vertiginoso", comemora Santos. Na área imobiliária, ele calcula 400 novos projetos em 2009; outros 1,2 mil em 2010; e, até junho deste ano, já somava mais 700. "Rede hoteleira, condomínios, unidades industriais ou comerciais, galpões, complexos de lojas, casas, supermercados".
Iniciados no ano passado, o secretário avalia que existam 30 grandes projetos em construção, quase todos com a conclusão prevista entre 2013 e 2014 - ano em que o Comperj estará em pleno funcionamento e quando Itaboraí possivelmente terá 50 mil novas unidades habitacionais. A maior parte das iniciativas está no eixo da Rua 22 de Maio, no seu trecho próximo ao Centro - Praça Visconde de Itaboraí, onde estão a prefeitura, o teatro João Caetano e o Centro Cultural.
Para que a expansão se faça de forma ordenada e com suporte adequado de infraestrutura, decreto municipal criou a Comissão de Urbanismo, formada por engenheiros e arquitetos. Eles vão mapear as zonas de crescimento de Itaboraí para subsidiar as propostas de novas vias e outros investimentos. Para o secretário de Indústria, Comércio e Turismo, Ricardo Guimarães, que também preside a comissão de relacionamento entre Prefeitura e Comperj, o complexo da Petrobras se compara a uma "locomotiva". "Os derivados serão processados na indústria de transformação de plástico - fábricas de peças de automóveis, computadores, equipamentos domésticos. Todas elas podem vir para Itaboraí na fase final de construção do Comperj", acredita.
Movimento que já começa a repercutir no caixa da cidade. A previsão é recolher R$ 80 milhões com ISS até o final deste ano, em comparação aos R$ 45 milhões arrecadados em 2010.
Aumento devido, principalmente, aos prestadores de serviços em atividade no Comperj. Só de royalties da Petrobras, a estimativa é que alcance cerca de R$ 12 milhões. O orçamento de Itaboraí já aumentou 92% este ano, para R$ 603 milhões, incluindo recursos próprios (20% ou R$ 220 milhões em impostos, sendo 10% destinados a investimentos), repasses federais, inclusive para obras do PAC, entre outras fontes.